REFLEXÕES!
Salvem Portugal! Onde estão os homens de Estado do nosso País?
É com profunda tristeza e um misto de revolta que escrevo hoje esta minha crónica.
Tristeza, por ver o estado a que os nossos governantes deixaram chegar as nossas finanças e a nossa economia.
Revolta, pelo facto de os responsáveis pela governação e não só, não terem tido a competência suficiente para preverem, a tempo e horas, no que isto ia dar.
Em Janeiro de 2009 afirmava eu, aqui nesta coluna: ‘ reduzir a dimensão da nossa crise apenas ao problema surgido no mercado financeiro internacional, fruto de uma economia de casino, é tapar o Sol com uma peneira’ e adiantava, ‘pensar que tudo se resolverá deitando montes de dinheiro em cima dos problemas é irresponsabilidade que todos vamos ter de pagar mais cedo ou mais tarde’.
‘O problema de fundo é que nós estamos, há muito tempo, a viver muito acima das nossas possibilidades. E não é necessário ser bom economista para prever que tal estado de coisas não se irá poder manter por muito mais tempo. Com ou sem crise no mercado financeiro.’
E terminava a mesma crónica dizendo: ‘nunca se justificou tanto a existência de um pacto de regime, nomeadamente entre os dois maiores partidos com assento parlamentar, que ponha os interesses do País acima de todas as tricas partidárias’.
Tudo isto foi dito há mais de dois anos! E que foi feito de então para cá?
Continuou-se a falar em TGV, recusou-se a diminuição do número de deputados, não se extinguiram centenas de Fundações inúteis nem outros tantos Institutos, compraram-se frotas de novos e luxuosos carros, algumas empresas públicas deram indemnizações milionárias a gestores que saíram, não se racionalizou a atribuição e uso de cartões de crédito a gestores e governantes, não se moralizaram os gastos exagerados em muitas autarquias nem se encarou a possibilidade de extinção de muitas delas, etc..etc.
E, repito, já lá vão mais de dois anos.
Se, nessa altura, o Governo tivesse tido a capacidade de prever tudo isto e tivesse feito as reformas adequadas solicitando um pacto de regime à oposição, seriam necessários agora todos estes sacrifícios?
É evidente que não!
Mas como diz Clarke – ‘o homem político só pensa nas próximas eleições e o Homem de Estado pensa mais nas próximas gerações’
Há uma evidente falta de sentido de Estado nesta geração de políticos que nos dizem representar.
E julgo mesmo, que no momento em que escrevo estas linhas, ainda há quem pense que estamos no melhor dos mundos.
Há todavia um aspecto que não posso deixar de referir aqui, é a estratégia do ‘passa culpas’. Está a tornar-se uma doença crónica dos nossos políticos.
A maior e primeira preocupação é a de atirar com as responsabilidades para cima de outros.
Mas a maior responsabilidade é efectivamente de todos nós.
Queremos ter uma sociedade só de direitos e bem estar sem contudo nos preocuparmos com os nossos muitos deveres.
Sabemos que os recursos do Estado provêm dos nossos impostos, mas estamos sempre prontos e disponíveis para a fuga ao fisco.
Estamos conscientes de que só há segurança com o respeito aos agentes da autoridade, mas estamos permanentemente a atacá-los;
Queremos uma juventude educada, mas criticamos permanentemente os professores;
Queremos bons políticos mas não lhes queremos pagar o justo;
Queremos combate à corrupção mas depois elegemos autarcas corruptos. Exigimos bons salários mas escasseia-nos o brio profissional, o sentido de pontualidade, e por aí adiante.
Fugimos de dar uma ajuda a um pobre mas depois gastamos dez vezes mais em jantaradas ou jogos de futebol, sendo que, estaremos prontos para exigir solidariedade para nós.
Se não mudarmos este nosso comportamento nunca iremos lá.
Por tudo isto, termino esta minha crónica com a mesma tristeza e revolta com que comecei, porém, com um forte apelo a todos nós em geral e à classe política dirigente em especial – PONHAM PORTUGAL ACIMA DOS VOSSOS INTERESSES OU DOS VOSSOS PARTIDOS, entendam-se de uma vez por todas, ou então desapareçam e deixem-nos em paz.
2011-04-03
JPL
1 comentário:
Tens toda a razão, mas este artigo devia ser publicado nos jornais e não só no blogue ou facebook.
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