Um pilar importante de qualquer cultura é, sem dúvida, a sua gastronomia!Porque penso assim, é que li, com agrado, as preocupações manifestadas por Carlo Petrini, fundador do movimento mundial conhecido por Slowfood que visa defender as tradições e a biodiversidade dos conhecimentos seculares dos povos.
Sobre Portugal e a febre higienista que vem sendo protagonizada pela ASAE, diz Petrini: ' Se os portuguêses querem deitar borda fora um património centenário de tradições alimentares, são livres de o fazer, mas que se preparem também para perder o património da sua identidade. E saibam ainda que, antes deles, Espanha, a Itália e a França lutaram para manter o seu património e conseguiram-no'.Ninguém defende o abandalhamento das normas de higiene a que devem obedecer os produtos alimentares. O que se trata é da necessidade de haver um debate sério que encontre o ponto de compatibilização entre uma coisa e a outra.
Todos sabemos que não nos preocupa o número de mortes provocado pelas colheres de pau ou pelas bolas de berlim.
Outro tanto não diremos das mortes na estrada, contra as quais nunca houve tanta febre de combate.
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