domingo, 16 de março de 2008

ESQUERDA/DIREITA


Eu de esquerda me confesso e de direita me reclamo!
Tenho tanto direito a auto localizar-me no espaço político, como qualquer outro cidadão, maior de dezoito anos e em plena posse dos seus direitos cívicos e políticos!
Sim, porque essa de alguns iluminados do nosso palco político se intitularem de esquerda, depositando na dita todas as virtualidades do universo e atirando para a direita todos os pecados que, desde o primário Adão, adulteram a humanidade, já me começa a eriçar os cabelos.
E também ao povo português a coisa parece não agradar muito. Ele sabe muito bem que o futuro do País se não constrói com esta permanente dicotomia divisionista e inconsequente.
Ele conhece bem os exemplos que vão de Franco a Hitler ou de Moussolini a Estaline! Por isso rejeita liminarmente esta visão dicotómica de esquerda/direita e muito menos os fundamentos com que a mesma é feita.
Veja-se como ele elegeu Sócrates para primeiro ministro para de seguida eleger Cavaco Silva Presidenta da República.
Para ele, a virtude não está em ser de esquerda ou de direita, ela estará sempre na seriedade, na competência e na capacidade de trabalho dos respectivos dirigentes.
Ninguem será só de esquerda ou só de direita. Há uns honestos e com sentido de Estado e há outros que são o contrário.
Por isso eu de esquerda me confesso e de direita me proclamo!
Sim, porque segundo a bitola desses tais iluminados eu poderei ser de esquerda porque grande parte da minha vida foi dedicada à defesa dos mais desprotegidos; porque corporizei vários projectos de cariz social; porque fui dirigente sindical muitos anos; porque tenho distribuido comida, de noite, aos sem abrigo de Lisboa; porque já participei em greves gerais, etc..etc.
Porém, sou também um perigoso direitista, já que não tolero que as autoridades do meu país sejam agredidas sem que o agressor seja severamente punido; porque sou contra a liberalização das drogas; Porque acho o casamento de homosexuais contra-natura; porque adoro o fado e o futebol; porque adoro a beleza feminina; porque gosto de um bom cozido à portuguesa com um bom vinho tinto; em suma porque sou patriota, amo Portugal e odeio todos aqueles que querem destruir as minhas raízes culturais.
Mas também sou muito tolerante! E agora aqui fico sem saber se a tolerância é um valor de esquerda ou de direita!
Mas ao ver exemplos num lado e noutro concluo que a tolerância estará no coração de cada um de nós para que a saibamos utilizar convenientemente e sem rancores.
Só que alguns não sabem!
JPL

1 comentário:

Anónimo disse...

Há muito não me deliciava com um texto tão oportuno.
Parabens ao seu autor - Pereira Lopes.

Ana Maria